Botafogo e Grêmio no Maracanã, foi um enfrentamento de distintos. Não vou me ater ao assunto 'TORCIDA', porque seria covardia minha com a equipe carioca, com todo o respeito do mundo. Foram pouco mais de 12.000 almas no templo mundial do futebol, para acompanhar o enfrentamento da rodada 25.
No primeiro tempo, o time de Porto Alegre foi melhor, levando perigo demais à meta botafoguense, tendo maior 'controle de jogo', porém sendo incompetente na hora de concluir, como estamos acostumados e contestamos tanto.
Finalizações: (Botafogo 2-9 Grêmio)
Posse de Bola: (Botafogo 30 % 70 Grêmio)
Parecia que a proposta de Vágner Mancini, era ver seu time pisoteado pelo Grêmio de Scolari. Não tinha proposta de jogo, nem moral tática de uma equipe mandante que precisava alcançar (ou buscar) o êxito, para sair de uma situação desesperadora. O calvário do Botafogo vai muito mais além de estádio vazio, torcida irritada e campanha vexatória no campeonato nacional. Uma equipe não pode depender de Émerson Sheik. Ainda mais se preza por sua vivência na elite nacional. O clube da estrela solitária, vive uma era de vacas magras, que nem a passagem de Seedorf conseguiu amenizar, com a ida do time carioca para Libertadores. Se com Oswaldo de Oliveira estava ruim, o que dizer com Mancini?! Mas o Grêmio não tem nada a ver com isto. Tinha como objetivo ganhar e tirar proveito dos tropeços de São Paulo e Corinthians, e seguir no ritmo do Atlético Mineiro, por exemplo.
Diante de estatísticas que evidenciavam a superioridade do Grêmio, não ter feito sequer o 1 a 0, foi pura displicência. Nos 45 minutos iniciais, a equipe criou de todas as formas, mas esbarrava na própria escória técnica. Talvez seja difícil de citar um time do Brasileirão que consiga criar TANTO e desperdiçar TANTO, como o Grêmio. Não acho que seja injusto o posto de melhor defesa, tampouco acho que seja injusto o posto de 2º pior ataque. Cria, cria, cria e conclui errado. A tática Scolari corrigiu, mas o aperfeiçoamento técnico passa longe de seu domínio. É pessoal, é de cada jogador.
No segundo tempo, quem começou dando susto foi o Botafogo com o tal Sheik, mas tinha na frente um goleiro que aqui já critiquei muito, mas que hoje merece todas as menções de elogio, Marcelo Grohe. Uma defesa espetacular. Mas 4 minutos depois, o tão esperado e anunciado gol tricolor, surgiu. Bola de pé em pé, praticamente um tiki taka culé, e Zé Roberto acionou o pirata Hernán Barcos que teve tempo de dominar e cutucar pro fundo das redes de Jéfferson e fazer o 0-1. O Grêmio seguia buscando o segundo gol... mas era atrapalhado pela marcação do Fogão e pela soneca do seu jogador de frente, Luan. Não sei o que falta para este guri. Quando o Botafogo ia à frente, esbarrava no Grohe.
O Botafogo faz uma das linhas de impedimento mais burras que já vi na história do futebol. Incrível. Aos 31 minutos do segundo tempo, Bastos encontrou Barcos na banheira, lançou e o argentino bateu no canto esquerdo do selecionável goleiro Jéfferson que nada pôde fazer. Era o 0-2, a dobradinha do Hernán, homenagem em dobro para a garotinha Gabrieli e o aumento do declínio alvinegro. O tricolor enquadrava-se rumo ao 4º lugar. Tal sonho que ainda não pôde ser concretizado pelo fato do Galo, ter vencido o saco de pancadas Vitória, em BH. O Tricolor tem um jogo de vida ou morte para consolidar-se firme e forte na briga pela vaga na Libertadores, quando recebe o São Paulo na Arena, no próximo dia 4, às 16.20h.
Apenas para concluir o raciocínio do primeiro tempo e evidenciar a superioridade gremista em números, ao término dos 90 minutos:
Finalizações: (Botafogo 10 - 18 Grêmio)
Posse de Bola: (Botafogo 42 % 58 Grêmio)
SCORE FINAL: (Botafogo 0-2 Grêmio)
SCORE FINAL: (Botafogo 0-2 Grêmio)
Na Classificação provisória, às 18.53h, sem a conclusão de todos os jogos iniciados às 18.30h, o Grêmio ocupa o 5º lugar com 43 pontos.
Talvez o que mais decepcione o torcedor botafoguense, é ver que Mancini deposita fichas em Carlos Alberto. Incrível como um clube ainda pode apostar neste jogador. No Grêmio, Dudu fez uma baita partida. Foi efetivo e agudo. Sabe driblar, porém peca na hora de tentar finalizar ou concluir o caminho percorrido. Zé Roberto esbanja classe ainda com seus jurássicos 40 anos. Grohe é uma muralha espetacular. São mais de 800 minutos sem tomar gols. É autêntico e dono unânime da meta tricolor. Me rendo a muitos que já critiquei neste plantel tricolor. Inclusive Hernán Barcos, o qual tem 11 dos 21 gols tricolores na competição nacional. Um matador incrível! Um Serial Killer. Scolari conseguiu lapidar em pouco mais de dois meses inúmeros defeitos que o time apresentava e que para Enderson Moreira, era absolutamente normal.
Hoje, o NORMAL, é não tomar gols...
Jaurí Belmonte









